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A busca pela equidade nos esportes femininos

Sobre a luta que as mulheres enfrentam para conseguir direitos básicos no campo esportivo

reportagem: paloma almeida

edição: letícia sarinho

Em todos os âmbitos da sociedade, o percurso das mulheres sempre foi difícil. Elas ainda ganham menos corporativamente e são minoria em cargos de liderança, tanto em empresas quanto na política. No quesito esportivo não poderia ser diferente. Muitas regras mudaram desde o início da conquista feminina, desde a autorização para competir em diversas modalidades ou participar de jogos olímpicos, mas a equidade ainda está longe de ser alcançada. 

 

Os primeiros jogos olímpicos da modernidade aconteceram nos anos 20, mas as mulheres só puderam competir 12 anos depois. Na época, a nadadora (atleta) Maria Lenk foi a primeira nadadora brasileira a competir, virando uma referência para uma (nova) geração de novas atletas. (Esportistas)

 

Ser a primeira não é fácil, e estrear em um ambiente considerado ‘masculino’, é ainda mais desafiador. Em 2017, com então 20 anos, Isabelly Morais aceitou o desafio do coordenador de esportes da Rádio Inconfidência (onde ela estagiava) e foi a primeira mulher a narrar uma partida de série B do campeonato brasileiro em uma rádio mineira. Recebeu uma enxurrada de críticas e comentários preconceituosos, mas o que a fez continuar foram os diversos elogios do público feminino, que se sentiram representadas pela estudante. Isabelly também foi a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo no Brasil pela emissora Fox Sports e, hoje, já soma mais de 100 jogos no currículo.

Fonte: Canal do Youtube

 Vídeo produzido pelo site de notícias Dibradoras.

O progresso do respeito pela igualdade de gênero ainda é uma figura platônica sonhada pelas atletas. Como exemplo recente temos a última edição da copa do mundo feminina, onde a jogadora Marta, atacante da seleção brasileira, jogou com chuteiras pretas, sem nenhum patrocínio, apenas com o símbolo de igualdade, em cores azul e rosa. O ato não foi apenas por ‘amor ao esporte’, e sim para chamar a atenção para sua nova iniciativa, a Go equal , que visa a igualdade de gênero nos esportes.

Fonte: Internet/Google

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Marta recebeu muitas reclamações pelo protesto, mas também, muito apoio. Ao final da competição, ela lembrou da disparidade de incentivos existente entre as categorias femininas e masculinas. Hoje a página da Go Equal nas redes ultrapassa os 85 mil seguidores.


Para mapear a dimensão da desigualdade entre as organizações, a FIFPro Global Employment Report, uma organização que registra as condições de trabalho no futebol mundial, fez um estudo para avaliar as condições de trabalho das atletas de futebol. A FIFPro em como missão representar os jogadores profissionais de futebol, no entanto, a modalidade feminina ainda não possui campeonatos profissionais em várias regiões, mesmo que as atletas treinem e joguem seguindo regras de torneios profissionais. O estudo ouviu mais de 3.600 mulheres, muitas delas são jogadoras ‘profissionais’, mas não recebem os mesmos benefícios que atletas homens; mesmo exercendo função similar.

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Em 2017, segundo a FIFPro, 50% das jogadoras de futebol não recebiam nada para jogar pelos seus clubes. A questão não é só o patriotismo. Tanto no futebol quanto nas demais modalidades femininas, a busca pela equidade também é um direito. É preciso que haja o mesmo reconhecimento dado às competições masculinas para que a participação feminina nos esportes cresça.

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