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Um roteiro perfeito

raissa moura

Era dia 08 de setembro de 2019. Dia de jogo que definiria – ou não – a classificação do Náutico para a série B. Em 25 minutos de jogo, o pior pesadelo para os alvirrubros começou: primeiro gol do Paysandu. Logo, seria 2 a 0 e o sonho do acesso estava cada vez mais longe. Como se a classificação estivesse na lua e o time fosse o astronauta americano. 

Após o intervalo, que para os torcedores parecia uma eternidade, o time volta com garra para os últimos 45 minutos de jogo. O tempo que o Timbu tinha para subir para a série B. Um gol feito aos 40 minutos. Só mais uma chance para alcançar. Só mais 5 minutos. Parecia impossível. Pênalti para o time alvirrubro. Gol. 2 a 2. A decisão será nos pênaltis.

Dez minutos de intervalo. Chovia. Sabe quando os fazendeiros esperam chuva para a colheita do milho, no mês de junho, e quando acontece é uma benção? Era igual. A chuva do domingo dia 08 parecia isso: um aviso dos céus dizendo que tudo iria dar certo, que o que foi plantado seria colhido. A torcida enlouquecia, não era para menos: o time, quase sem chance de vencer, empata o jogo nos últimos segundos da partida. Uma mistura de cheiro de chuva e de cerveja no ar era presente, não tinha como não manter as esperanças na vitória. 

Quando volta, começa a cobrança dos pênaltis. O Náutico faz o primeiro, o adversário empata. E assim vai por mais uma rodada. Cada vez mais acirrado. O time vermelho e branco faz o próximo, o Paysandu perde. A alegria dos torcedores do time visitante, que era notória em toda a partida, começa a desaparecer. Cada vez mais incrédulos com o que estava acontecendo: O time, que estava há 17 jogos invicto tinha chance de ser eliminado logo nas quartas de finais. Era inacreditável que isso poderia acontecer. 

Mais um gol no placar do time alvirrubro, outro no do visitante. Era a última chance: se o Timbu fizesse o gol, o acesso à segunda divisão estava garantido. Se não, era a oportunidade do adversário. Foi festa, foi alegria, foi invasão de campo. O time pernambucano faz o gol e garante a subida de série. A reviravolta tinha acontecido, a equipe que começou perdendo empatou e conseguiu vencer na cobrança de pênaltis. O caldeirão fervia de alegria. A avenida Rosa e Silva estava vermelha e branca, em cada esquina era possível ver e ouvir a comemoração dos torcedores pela conquista alcançada. Há quem diga que o pênalti que garantiu o segundo gol do dono da festa tenha sido roubado, mas uma coisa é fato: assim como o astronauta conseguiu chegar à Lua, o Náutico conseguiu subir para a Série B. 

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