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Surfistas de final de semana 

Como surfistas recifenses lidam com a necessidade de deslocamento para praticar a modalidade

reportagem: LORENA AGUIAR

edição: lETÍCIA SARINHO

Movimento, instabilidade, equilíbrio intenso são algumas das sensações que marcam o surfe. A prática realizada na superfície da água (o nome provém da palavra inglesa “surface”) é componente do grupo de esportes de aventura. A atividade consiste no desafio de se manter em pé na prancha pelo maior tempo possível, deslizando na água e realizando manobras radicais.

Na Região Metropolitana do Recife, é comum encontrar surfistas de final de semana que frequentam as praias de Porto de Galinhas, Maracaípe, Cupe e reserva do Paiva, por exemplo. Frederico Lyra, administrador e surfista de 39 anos, explica a razão desse movimento. “No Recife, com as praias urbanas infestadas por tubarões, fica muito difícil a prática durante a semana”. Assim, a solução para os praticantes do esporte na região é realizar os treinos nos finais de semana, quando a rotina é mais flexível e possibilita um deslocamento maior.

A história de Frederico com o surfe é antiga: começou quando ainda tinha 13 anos, em 1993. “Estava na praia de Boa viagem e vi uns caras deslizando no mar. Falei com a minha mãe que queria surfar, mas ela proibiu. Só aos 15 anos, consegui comprar uma prancha velha e iniciar”, relata. O surfista conta ainda que esse primeiro contato foi a melhor sensação do mundo, deixando-o com um sorriso de canto a canto da boca. 

Ao longo dos anos, o esporte o fez mudar de hábitos e ter uma melhor qualidade de vida. Apesar de admitir ser viciado em esportes – pratica também futebol, crossfit e triatlo – surfar tem benefícios variados. “O diferencial é o contato direto com a natureza e a dependência dela para a prática do surfe. Uma das maiores vantagens é que ajuda a manter a mente tranquila”, afirma.

De acordo com Frederico, a ansiedade para entrar na água começa cedo. “Desde a preparação às 4h da manhã até a chegada na praia, a expectativa é gigante. Para um surfista, chegar às 5h da manhã e ter altas ondas é ganhar na megasena”, explica. No entanto, é necessário ter cuidados ao lidar com o mar. “É muito importante, antes de entrar na água, observar a corrente e os perigos que o lugar pode oferecer. Além disso, é essencial respeitar os seus limites”.


Para muitos adeptos, o surfe é mais do que um esporte e uma atividade física: é um estilo de vida. Quem se identifica com esse estilo é Gabriel Neves, iniciante na modalidade. “Surfe é sobre estar em contato com a natureza, aproveitando o que a vida tem de melhor para nos proporcionar. Mudou minha forma de ver e entender as coisas e, principalmente, saber que não precisamos de muito para ser feliz”, relata. 

Com pouco mais de um ano de treinos, o estudante de administração conta que o primeiro contato com o esporte foi quando era criança, aos dez anos, mas não deu continuidade. Somente aos 18, o surfe entrou regularmente na sua vida. Hoje, aos vinte anos, Gabriel tem uma vida esportiva bastante ativa: pratica também musculação, corrida e futebol. Essa rotina ajuda no fortalecimento da estrutura física para os treinos de surfe. “Por ser um esporte que exige esforço, o corpo tem que estar preparado”, explica. 

Gabriel comenta que a maior dificuldade de praticar o esporte radical é o deslocamento necessário. “Não tenho uma rotina relacionada ao surfe, sempre que possível estou indo à praia”, conta. De acordo com o iniciante na prática, os benefícios proporcionados pelo esporte são variados. Além de exercitar habilidades corporais como o equilíbrio e a agilidade, há também o ganho mental, devido à tranquilidade que o ambiente natural proporciona.

Para os praticantes dessa atividade física, é imprescindível fazer um monitoramento do nível das ondas, para saber se o mar está favorável aos treinos. Com a tecnologia atual, existem aplicativos que fornecem essas informações, como o “Broou”, disponível nas plataformas iOS e Android e que já teve mais de 60 mil downloads. 

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