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Renascimento alvirrubro

Náutico exorcizou fantasmas enraizados e pode começar um novo ciclo de vitórias do clube

reportagem: vinícius melo

EDIÇÃO: lucas holanda

O acesso do Náutico para a série B do Campeonato Brasileiro pode ser resumido em uma palavra: renascimento. A forma como se deu a virada para o Paysandu e a vitória dramática nos pênaltis que se seguiu representaram um verdadeiro exorcismo para o clube, porque inverteram a lógica já arraigada há tantos anos de que o Timbu está destinado a sempre morrer na praia. A nítida sensação para os torcedores, principalmente para os mais jovens, tão carentes de bons momentos, é a de que aquele Náutico amarelão, com baixa auto estima e sem poder de reação pode estar ficando para trás.

 

A boa fase do Timbu dos Aflitos, segundo sua torcida, pode ser justificada principalmente pelos vários acertos do presidente do clube Edno Melo, e seu braço direito, o diretor de futebol Diógenes Braga. “O Náutico vinha de uma sequência de péssimas gestões, o que afetou bastante não só o time dentro de campo, mas a estrutura do clube por inteiro: prejudicou as escolinhas de vôlei, futsal, basquete e natação, afastou patrocinadores, sucateou a Timbu Shop (Loja oficial do Náutico), enfim, um desastre total. Nos meus 56 anos de idade, nunca tinha visto uma diretoria tão empenhada em fazer juz ao escudo que defende.”, explica George Filho, torcedor do Timbu.

 

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Foto: Geórgia Kyrillos

Além do retorno aos Aflitos, do investimento nas categorias de base, da campanha de associação que resultou em um aumento de 5.000 sócio-torcedores e do resgate da identidade Alvirrubra, que foram, certamente, conquistas enormes, é preciso destacar algo que pode parecer elementar, mas que nenhuma diretoria anterior conseguiu fazer: traçar uma programação financeira básica e limitar as despesas ao valor das receitas apuradas. Esse equilíbrio financeiro permitiu a criação do ambiente leve, positivo e de extrema concentração que deu o tom nesse ano e que foi determinante para o acesso. A lição de que futebol se faz com pés no chão foi, portanto, aprendida, já que ficou claro para todo mundo que um elenco barato, menos badalado, mas recebendo em dia, dá resultados muito melhores do que um grupo de medalhões com salários atrasados.

 

Após pouco mais de cinco anos de mando de campo na Arena Pernambuco, o que se viu no torcedor do Timbu era a saudade. O público, porém, nos primeiros meses do retorno aos aflitos, pouco compareceu. No Campeonato Pernambucano, a média pagante foi de 4.590 torcedores. Com o bom desempenho do Náutico, a torcida foi chegando junto e, nos quatro jogos da Copa do Nordeste em que o timbu foi mandante, já teve uma média de 6.035 pagantes. A partir do mês de junho, a curva tornou-se ascendente, à medida em que a equipe ia avançando no mata-mata da Série C, alçando a média para 6.799 torcedores. A média total da temporada é de 5.935.

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Foto: Alexandre Godim

Foto: Márcio Carvalho

“Nos meus 56 anos de idade, nunca tinha visto uma diretoria tão empenhada em fazer juz ao escudo que defende”.

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