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Football no país do futebol

O amadorismo persistente da modalidade americana no Brasil

reportagem: ISABELA aguiar

edição: letícia sarinho

Em terras brasileiras, não é novidade para ninguém que o futebol ocupa o posto de paixão nacional, é o esporte mais praticado no país; com uma seleção dona de grande prestígio e craques reconhecidos em todo o mundo. Mas isso não quer dizer que não exista espaço para outras modalidades esportivas, como é o caso do futebol americano, que vem ganhado adeptos no Brasil. O football é um esporte que se baseia em velocidade, agilidade, força e capacidade tática de seus jogadores, que trabalham em equipe, bloqueando, empurrando ou perseguindo os adversários para que a bola, carregada nas mãos, possa avançar pelo campo até as zonas de pontuação.

O contato com o esporte se popularizou por meio das transmissões da liga americana NFL, especialmente pela superprodução do evento que decide o time vencedor da temporada, chamado Super Bowl. Segundo a Global Web Index, empresa de pesquisa de mercado, o Brasil é o terceiro país no mundo com maiores fãs da NFL, que batem recordes de audiência a cada ano. Foi através da TV que Lucas David passou a notar o futebol americano, mesmo sem entender muito bem como aconteciam as partidas. “Na mesma época um amigo foi fazer intercâmbio nos EUA e também começou a acompanhar, aí tive com quem conversar sobre o assunto, passei a ler mais sobre o jogo e entender melhor como ele acontece”, explica o entusiasta, que hoje é headcoach (HC) do Recife Mariners, um dos três times de futebol americano existentes na capital. 

Como treinador, Lucas avalia com muita surpresa a ascensão do esporte no Recife que, em 2006, só contava com o Mariners. No ano posterior, mais um time entrou para compor o cenário e, até 2018, já existia um total de cinco, só na região metropolitana. “Agora o trabalho tem que ser de consolidação do futebol americano enquanto esporte”, comenta Lucas, chamando a atenção para o fato da modalidade, no Brasil, ser ainda amadora. A realidade é que a grande maioria dos jogadores paga para sustentar os seus times, seja através de mensalidades, anuidades ou venda de ingressos.

Normalmente, os remunerados no ramo são os jogadores estrangeiros que os times contratam para elevar o nível do jogo e, muitas vezes, esse salário é menor que o valor do salário mínimo. Para o HC, o maior desafio na tarefa de incentivar um time inteiro de futebol americano está justamente na parte financeira: “As equipes são amadoras e os patrocínios são escassos, para não dizer inexistentes”, reconhece, analisando o contexto atual do esporte no Brasil.

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