Da cabeça aos pés

Em meio à variedade de exercícios disponíveis, práticas que trabalham o corpo e a mente ganham adeptos todos os dias

reportagem: tereza ferraz

edição: letícia sarinho

Foto: Reprodução.

Para o yoga, em cima do tapete está um conjunto: corpo, mente e espírito.

Fazer atividades físicas é essencial para uma boa saúde. Entretanto, não é todo mundo que gosta de práticas esportivas ou de musculação em academias, tão comuns quando falamos sobre mexer o corpo. É nesse contexto - suprindo essas necessidades -, que se destacam outros exercícios que trabalham não só o físico, mas, também, a mente.

YOGA: EQUILIBRANDO CORPO E MENTE

“Comecei a fazer yoga há dois meses. Percebi que precisava trabalhar meu corpo, sentia a necessidade de fazer algo, mas não queria outros exercícios”, explica Alcione Aguiar, de 48 anos. “Iniciei o yoga para trabalhar minhas emoções e minha mente”. Ativa, a psicóloga sempre buscou a vida saudável, mas deixava o interesse pelo yoga para depois.

“É algo que sempre quis fazer mas nunca tive a oportunidade. Estou gostando muito”, conta. "A cada aula me identifico, consigo ir mais profundo nos exercícios”. Apesar do pouco tempo de prática, Alcione já consegue perceber mudanças. “Você melhora a postura, a respiração, a atenção. Se sente mais leve”, afirma. “Estou amando, é muito bom. Quem não pratica deveria praticar, para conhecer o seu corpo”, aconselha.

A dica de Alcione é válida. De acordo com a professora de yoga Daniela Lapa, a atividade não tem contraindicações, já que pode ser adaptada às condições de cada um. “O yoga é importante porque considera o ser humano em sua individualidade e como parte do todo”, explica. Entre os benefícios estão o aumento de força, flexibilidade, equilíbrio e consciência corporal. Além disso, ajuda a reduzir a ansiedade, acalmar a mente e na concentração. “O grande diferencial do yoga é o objetivo. A prática visa acalmar as flutuações da mente. Não é só postura física, mas uma busca em manter unidos o corpo, a mente e o espírito”, acentua.

Daniela afirma que o yoga é sempre o mesmo, entretanto, possui várias linhas. “Todas são originárias do Hatha yoga e têm o mesmo objetivo e técnicas (posturas físicas, respiração, relaxamento, meditação, mantras). O que varia é a forma como essas técnicas são utilizadas”, explica. “Por exemplo, Iyengar yoga foca no alinhamento do corpo. Outras técnicas dão mais ênfase à meditação”.

PILATES: MUITO ALÉM DO ALONGAMENTO

“Muita gente acha que o pilates não trabalha o fortalecimento muscular, que é só um exercício de alongamento, mas não é verdade”, conta Cláudia Nely, professora de pilates. De acordo com ela, esse é apenas mais um dos ganhos da atividade. “Assim como qualquer exercício físico, tem o estilo de vida saudável, mas são nos benefícios específicos que a gente consegue mais flexibilidade, coordenação, equilíbrio, concentração, ganho de massa muscular e densidade óssea, além de uma melhor respiração”, explica a professora.

Assim como o yoga, o pilates é uma prática para todos, independentemente de idade ou patologia. “Meu aluno mais novo tem cerca de 20 anos e minha aluna mais velha tem 85 anos. Qualquer pessoa pode fazer”, afirma Cláudia. “É a possibilidade de adaptações que faz com que consigamos abraçar a todos. Se, por exemplo, a pessoa tenha uma hérnia de disco ou problemas no joelho, podemos adequar a aula àquele problema”, explica.

Entre as pessoas que se beneficiam dos princípios do pilates está Myrian da Silveira, aposentada. Aos 83 anos, ela pratica desde 2017. “Comecei a fazer depois que perdi um filho e me senti muito triste”, lembra. “Precisava fazer alguma coisa para encher minha mente e ajudar meu corpo a caminhar”.

Hoje, ela se sente mais ágil e resistente. “Gosto de tudo. Desde a hora que saio de casa até quando encontro minha turma, que é maravilhosa. A professora também dá um tempo para a gente desopilar e isso faz um bem enorme, sem esquecer da respiração, que é primordial”, conta. “O que eu menos gosto é a hora de voltar para casa”.