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Bola no pé, controle nas mãos

Popular entre os fãs de esportes, jogo FIFA fortalece relações entre torcedores e o futebol

reportagem: TEREZA FERRAZ

edição: lETÍCIA SARINHO

O primeiro FIFA, em 1993, e o FIFA19: evolução gráfica.

Os craques do controle remoto já sabem: “X" para tocar, “Quadrado para chutar”. Girando para a direita, girando para a esquerda… Gol! Com o joystick na mão é fácil decidir para onde seu jogador favorito deve ir ou que jogada fazer. Mais do que isso: qualquer pessoa pode ser um dos grandes nomes do futebol atual, como Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi. Um dos jogos mais populares, o FIFA é referência na hora de falar sobre videogames de esportes. 
 

Primeiro jogo FIFA, lançado em 1993. Foto: Torcedores.com

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Criado em 1993 pela Electronic Arts (EA), o game nasceu como FIFA International Soccer, ainda sem as datas usadas para identificar o ano de lançamento (ex: FIFA 19, FIFA 20). Foi o primeiro a ter uma licença oficial da Federação Internacional de Futebol (FIFA), organismo que coordena o futebol mundial. 

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Apesar de já existirem na época outros videogames esportivos, o jogo se destacou, fazendo um sucesso surpreendente, já que nos Estados Unidos — onde está a sede da EA — o futebol não é um esporte tão forte quanto o basquete e o baseball, por exemplo.

Em setembro deste ano, o FIFA 20 — a edição mais recente da franquia — foi o jogo mais baixado da PS Store, de acordo com a Sony, mesmo com seu lançamento ocorrendo apenas no final do mesmo mês. Até o FIFA 18, 260 milhões de cópias da franquia foram vendidas e a versão para celular ultrapassou os 193 milhões de downloads no mundo. 

QUEM ESTÁ NO CONTROLE?
 

Os meninos…

“É como se fosse um complemento, um algo a mais à minha emoção com o esporte. Como amo futebol, me chamou muita atenção poder jogar um simulador em casa, no videogame”, conta Ruy Melo. Hoje com 21 anos, o estudante da computação começou a jogar FIFA aos 13, em 2012. De lá para cá, criou o hábito de se divertir com seus atletas preferidos. 

Para ele, o jogo é uma fonte de aprendizado, que vai além das posições e números das camisas dos jogadores. “Ajuda a ter uma conexão com o esporte. Eu comecei a jogar FIFA pela minha proximidade com o futebol mas, a partir do momento que jogo, me interesso mais, procuro melhorar e tenho uma imersão maior. Acabo conhecendo coisas que não sabia ou que não tinha pensado em procurar, como clubes, campeonatos, suas histórias etc”, explica.
 

… e as meninas!

Jogadora de FIFA há 4 anos, Cecília Brennand sempre gostou de esportes. “Tinha perdido o interesse em acompanhar jogos de futebol há um tempo quando comprei o FIFA. Foi só começar a jogar que o interesse voltou”, lembra. O jogo faz tanto parte de sua rotina que ela participou, no ano passado, de um campeonato. "Foi uma experiência legal, mas me fez confirmar o quanto o espaço das mulheres no jogo e nos campeonatos é reduzido. O campeonato masculino tinha, no mínimo, dez jogadores disputando, enquanto o feminino apenas eu e mais duas jogadoras”, conta. 

A representatividade — ou a falta dela — é um problema no FIFA. "No jogo há o mínimo, que são as seleções femininas de alguns países, incluídas no FIFA 16. Desde então é a mesma coisa. Não tentam nem aumentar a quantidade de seleções, só colocaram esses pra dizer que incluíram mulheres no jogo. É como se fossem 10 times femininos para 100 masculinos”, critica Cecília.

Além disso, o próprio machismo que cerca o futebol é um obstáculo. “Uma vez estava jogando online com meu amigo e fiz um gol que, para ele, foi feio. Ele mandou um 'gol de moça' pelo Whatsapp, pois a gente tava conversando por lá enquanto jogava”, lembra Cecília. "Larguei o controle na hora e comecei a discutir com ele, falando os inúmeros motivos do porquê de aquele ter sido um comentário machista”, conta. "Ainda é preciso mudar muita coisa pra realmente haver representatividade feminina”.
 

Falando em campeonatos…
 

Embora se possa jogar sozinho ou com os amigos, por pura diversão, tem gente que leva o FIFA bem a sério. O comprometimento é tanto que existem campeonatos do jogo. Um deles é a Liga organizada por Kleber Soares. Aos 37 anos, o supervisor de vendas joga FIFA desde 2015. Hoje, é presidente da Associação de Amigos Fifeiros — AAF. “A Liga foi criada por alguns amigos meus, em 2013, com direção e presidência”, conta. “Já chegamos a ter 32 participantes, com séries A e B”. 

A Liga organiza jogos online, por um grupo de WhatsApp. “É 100% gratuito. Cada um joga na sua casa, respeitando os prazos estipulados. Já fizemos premiações, com troféus, para confraternizar”, explica.  Para ele, o videogame vai além da competição, divertindo. “Jogar FIFA é uma fonte de lazer e uma forma de aumentar o relacionamento com os amigos. Além disso, dá uma sensação de estar participando de grandes clássicos mundiais”, finaliza.  

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Logo da Associação de Amigos Fifeiros

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