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Athleisure: o boom do estilo esportivo no guarda-roupa feminino

Moda esportiva saiu das academias, dos estádios e pistas para ganhar as ruas

reportagem: nathália fernandes

edição: lucas holanda

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Tênis, body, pochete, bermuda de lycra do tipo “ciclista”, óculos “Oakley”, bomber… Essas são algumas das peças que há poucos anos dominavam apenas as academias, os calçadões e locais de prática de atividade física. Há menos de uma década, esses e muitos outros artigos da moda esportiva ganharam as ruas, baladas e até escritórios. É a vez da moda “Athleisure”, junção das palavras em inglês “athletic”, que significa atleta, com “leisure”, que significa lazer. 
 

Um dos motivos para explicar o "boom" é a procura por um estilo de vida mais saudável e pelos números do mercado fitness, cuja receita cresce a uma média anual de 8,7% no mundo — e deve alcançar US$ 99,9 bilhões até o final deste ano, aponta relatório da Associação Internacional de Saúde, Raquete e Clube Esportivo (IHRSA). Mantendo esse ritmo de crescimento, a indústria valerá US$ 106 bilhões em 2020.  Diversos negócios saem ganhando, como os de nutrição esportiva (suplementos), tecnologia (monitores de condicionamento), beleza (cosméticos específicos para esportistas) e, é claro, moda (roupas e tênis para malhar). 


Estudo realizado pelo NDP Group, empresa americana de pesquisa de mercado, mostrou que em 2017 as vendas de roupas casuais diminuíram, enquanto o consumo de modelos actionwear (outro termo para designar as peças utilizadas para praticar exercícios físicos) aumentou. Em 2019, Marshal Cohen, consultor-chefe do NDP, reafirmou o mesmo resultado para o setor de vestuário até 2021. Essa mistura entre as peças esportivas, normalmente resistentes, tecnológicas e com várias funcionalidades; e as casuais, categoria responsável por grande variedade de modelos, tecidos e estilos, gera criações modernas e confortáveis - independentemente do gênero. 

Quando se fala na moda esportiva para mulheres e homens, na linha do tempo da evolução dos looks, percebemos como o guarda-roupa feminino foi o que mais experimentou transformações. Nas primeiras décadas do século 20, as mulheres praticavam exercícios com longas calças acompanhadas por blusões que cobriam quase até o pulso.

Só na década de 40 o shortinho de cintura alta se tornou uma vestimenta para as mulheres. Mais leve, despojado e prático, era sempre acompanhado por uma blusa de manga curta. Até, finalmente, as décadas de 80 e 90, época da popularização da ginástica em academia, as mulheres passaram a usar bodies, meia-calça, polainas e muita lycra.

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ALGUMAS OPÇÕES DE LOOKS COM BODIES

Uma das heranças dos anos 90, os bodies vinham em cores neon, normalmente lisos e sem muita informação, inspirados nos maiôs e nos collants de balé. Passava muito longe das ruas e das roupas do dia a dia. No entanto, essa peça saiu do reduto da dança e da academia e foi para as ruas. Lisos, estampados, decotados, com babados, de ombro só, não importa, o body virou febre e conquistou mulheres dos mais diferentes estilos. 

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INSTGARAM

ALGUMAS OPÇÕES DE LOOKS COM BODIES

Outra peça que garantiu um “revival” dos anos 90 foi o óculos “máscara” ou do tipo “Oakley”, marca conhecida por criar modelos amplamente usados por surfistas, ciclistas e snowboarders. Depois que apareceram no início deste ano, na última Paris Fashion Week, no desfile de Primavera/Verão 2019 da Gucci, os óculos máscara viraram acessório de celebridades e influencers do Brasil e do exterior, como as Kardashians e Cléo Pires.

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E o que falar da polêmica pochete? Há aqueles que amam e outros que odeiam, apesar disso, hoje ela se tornou hit do streetwear (a moda de rua), principalmente na temporada carnavalesca. Nascida na França, a bolsinha na cintura originalmente chamada de “pourchet” (fabricada em grande escala pela Maison Pourchet), viu seu auge nas décadas de 80 e 90, utilizada pelas moças com o cabelo preso lá no alto da cabeça, maiô cavado, polainas, mas também por mulheres e homens que praticavam esportes como caminhadas e pedaladas.

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ANDREA- PRATA DA CASA

A força da tendência Athleisure vem principalmente da necessidade de pessoas que vivem vidas corridas por peças que se adaptem a tal estilo de vida, ou seja, funcionais e confortáveis, mas que não comprometam o estilo e, por isso, vemos cada vez mais marcas olhando para esse nicho. “O conforto está em alta. Ninguém mais se sacrifica para ficar bonita", atesta  Andréa Albuquerque, empresária fundadora da marca fitness pernambucana Prata da Casa.
 

Desde a inauguração, a Prata da Casa tem caído no gosto das mulheres pernambucanas e já possui lojas nos bairros da Madalena, Pina e Boa Viagem, independentemente da prática de atividade física. "Tenho costume de usar peças esportivas porque, além das cores, os tecidos são mais leves, ideais para quem mora em locais de altas temperaturas, como Recife, que mistura ar de cidade e praia", comenta Kátia Giselly, enfermeira. "Passo meu dia todo na rua, trabalhando, então também uso tênis e acessórios como bolsas de treino que  dá pra carregar tudo e ainda ficar descolada". 

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ADIDAS

ADI DASSLER, FUNDADOR DA ADIDAS

Quando se fala de sportswear, é impossível não lembrar da Adidas, uma das marcas ícones do estilo esportivo e também da moda urbana. Registrada comercialmente em 18 de agosto de 1949, a Adidas foi fundada pelo alemão Adi Dassler. Setenta anos depois, a marca conseguiu multiplicar de 47 funcionários para 57 mil em todo o mundo. Com um faturamento de quase 22 bilhões de euros em 2018, ela é uma das maiores empresas de esportes do planeta.

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INSTAGRAM, TOPSHOP, FARM E ADIDAS

E Além da parceria com artistas, a Adidas tem linhas com colaboração de outras marcas

Com tantos resultados expressivos, a marca é uma das queridinhas quando o assunto é moda para prática de esportes, mas também é sinônimo de estilo. Há anos têm linhas de produtos com colaboração de artistas internacionais como Kanye West, Pharrell Williams e Beyoncé; como também com outras marcas como Stella McCartney, Alexander Wang, Topshop, Diesel e mais recentemente com a brasileira Farm.

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